sábado, 28 de março de 2009

Lembranças de um cinema (quase circense)


Ontem, vimos o nascer do "Movimento 27 de Março", que reuniu diversos atores em prol da democratização do acesso aos meios de produção artístico-culturais. Evento marcante, porém não pode nos deixar esquecer a celebração do dia dos inúmeros artistas que há milênios emplacam o sorriso e admiração de seus espectadores: os artistas do circo!!!

Essa data, para o CineNaja, nos sugere a lembrar de grandes cineastas que tinham uma estrita relação com a arte dos trampolins, truques, mágicas, palhaçadas, e toda performance exuberante do espetáculo circense.

Primeiramente, não podemos esquecer de Charles Chaplin. Cineasta polivalente. Em poucas palavras Chaplin "ia até a linha de fundo; driblava o ala; cruzava de três dedos; e corria na pequena área pra cabecear". Dirigia, escrevia, atuava e montava. O gol desse empreitada foi a consagração pelo Oscar em 1928, com o filme "O Circo", talvez o mais bem sucedido na empreitada circo no cinema.

Um outro nome que expressou bem o "cosmos circo" foi o cineasta e dramaturgo Ernst Ingmar Bergman que nos brindou com "Noites de Circo", uma obra pouco conhecida e mal aproveitada.

Por fim, não podemos esquecer de Federico Fellini. Ou melhor dizendo, sua paixão pela arte circense. Tanto que, "Os Palhaços" (1970), ainda que tenha sido uma obra idealizada para a TV e muito atacada pela crítica - inclusive pelos admiradores de sua geração - tornou-se uma baliza conceitual importante no cinema constituindo uma forma primitiva do que seria chamado "mockumentary".

De fato, não existe na indústria cinematográfica um reconhecimento devido da interação da arte circense com o próprio cinema, mas certo é que grandes nomes do cinema - sobretudo na comédia - não seriam tão bem sucedidos sem a referência do Clown. O que seria de Chaplin, Jerry Lewis, Jim Carrey...

sexta-feira, 27 de março de 2009

Atores unidos jamais serão vencidos! Ou pelo menos nunca desistirão.

Esta última sexta-feira do mês de março foi um marco na luta pela deselitização dos meios de produção artísticos. Nomeado como "O Movimento 27 de Março", a atitude contou com centenas de atores e representantes do teatro que ocuparam a sede da Funarte numa manifestação que durou por volta de 24h.

Ana Takenaka, integrante da i:i, participou do movimento e nos contou com entusiasmo o happening engajado. De acordo com Ana, o 27 de março, apesar da ocupação da sede da Funarte (SP), foi um movimento pacífico que trouxe às autoridades uma forma mais racional e imponente de estabelecer uma comunicação mais ampla e democrática entre o governo federal e os artistas.

A alegação dos artistas, que não é novidade para os milhares brasileiros que produzem arte-cultura, consiste numa reforma legislativa relativa às leis de incentivo à cultura e às verbas de apoio às produções artístico-culturais. A "mercantilização da cultura" foi uma idéia chave trabalhada amplamente pelos manifestantes, em busca de uma problematização dos critérios estabelecidos pela esfera pública que privilegia ínfimos setores da esfera privada em detrimento da totalidade.

Esse assunto deve ser tratado com foco bem delimitado, como foi feito pelo Movimento, entretanto, este é um tema mais amplo, que envolve toda uma concepção de república - que é mais liberal do que democrática. Assim como a arte, a educação e todo patrimônio cultural que detemos, não deve ser tratado como mercadoria. Mas é. Pensemos nisso!

O dia 27 de março, antes conhecido somente pela comemoração mundial do dia do Teatro, a partir de agora ganha um novo registro, e resta à nós, que assistimos passivamente a justa luta de mais um grupo aleijado dos seus direitos, ao menos lembrar desse dia e dizer NÃO àqueles que mantém esquizofrênica a nossa democracia.

Para outros detalhes, inclusive a Carta deixada pelo Movimento 27 de Março, clique aqui.

"Nelson Rodrigues troca os pés pelas mãos"

Primeiro curta de uma série temática.
Assista.

Duração: 17min

Direção: Marco Aurélio Duque Loureço

Apresentando: Breno Aparecido Servidone Moreno e Cauê Lima Bertasi.

Equipe de Edição e Produção: Ariam José Ferreira de Castilho Cury, Marco Aurélio Duque Lourenço e Thiago Berlanga Trindade.


Sobre Asas e Raízes

Sinopse: A trajetória de dois sujeitos pertencentes a segmentos sociais distintos (Caio Jr. e Cido) expõe as contradições comuns das metrópoles brasileiras. Pela justiça do acaso ou não, o destino os aproximou, e o encontro das personagens demonstra, mais que uma confrontação dessas realidades, um importante choque de idéias. A despeito de seu ethos dramático, o filme é apresentado através de uma estética satírica, assim foge um pouco das abordagens mais recorrentes.